Linha tênue

É importante que estejamos atentos à linha tênue que separa nossos comportamentos

Precisamos ficar atentos à linha tênue que separa alguns comportamentos, sentimentos e atitudes que costumamos ter. Existe um limite muito estreito entre algo benéfico e outra coisa não tão boa assim.

Vivemos nossa vida de maneira bastante paradoxal. Somos contradições ambulantes. O que é ótimo, pois talvez seja esta uma das únicas maneiras de aprendermos. No entanto, é fundamental que estejamos atentos às linhas tênues que separam alguns comportamentos, sentimentos e até algumas atitudes que temos costumeiramente, sem nos darmos conta que existe um limite muito, muito estreito entre algo benéfico e outra coisa não tão boa assim.

É importantíssimo não confundirmos, por exemplo, tolerância e conivência. Esta mesma linha tênue existe entre: Pureza e ingenuidade. Autoconfiança e arrogância, humildade e subserviência. Ser audacioso é muito diferente do que ser inconsequente. Ser resignado é bem diferente do que ser omisso. Ambição é ótima, mas muito próxima da ganância.

Talvez num primeiro momento não faça sentido, mas sem perceber confundimos justiça com vingança. Fé com fanatismo. Pensamos estar usando a neutralidade, quando na realidade estamos usando a indiferença. Ultrapassamos a linha da convicção e adentramos o terreno da teimosia. Buscamos ser calmos e acabamos sendo passivos. Às vezes exageramos no amor próprio e passamos a ser egoístas.

Já percebeu como tantas coisas estão próximas, como praticamente se tocam? Alguns acham que estão sendo diretos e sinceros, quando estão sendo grosseiros. É suave a linha entre a gentileza e o servilismo. Pensamos estar fazendo as coisas com agilidade, quando na realidade estamos fazendo-as com pressa, julgamos estar sendo prudentes quando estamos sendo hesitantes. Perdemo-nos até quando tentamos ser altruístas e acabamos caindo na demagogia.

Uma coisa é ser distraído, outra é ser desinteressado. Uma coisa é ter a “cuca fresca” outra é ser displicente. As pessoas acham que são determinadas, quando são obcecadas. Acham que são contundentes, mas são levianas. Mesmo quando todos os sinais apontam para uma mudança de direção continuamos errando, porque confundimos insistência com persistência.

Achamos graça nos pequenos desvios, quando são eles que nos tiram completamente do caminho. Julgamos estar sendo pacientes, quando na realidade estamos sendo complacentes. Colocamos no mesmo balaio pessoas abastadas e as que possuem riqueza. Esquecendo que há pessoas riquíssimas sem um único centavo no bolso, enquanto há outras que são milionárias e de uma pobreza interna lastimável.

Talvez a grande busca do ser humano seja equacionar estas disparidades na busca de um equilíbrio interior que resulte em uma linha de conduta que fortaleça as reais virtudes. E para isto é essencial que estejamos sempre vigilantes para não cruzar este limite suave existente entre as coisas, não ultrapassar esta linha tênue, quase invisível que separa os grandes seres humanos dos seres humanos comuns.

Há uma frase que ouvi de meu grande amigo José Orlando e que costumo citar nos cursos que dou que talvez ilustre bem este tema: “A única diferença entre o remédio e o veneno é a dose aplicada”. E assim continuamos nossa caminhada, tentando aparar nossas próprias arestas para transformamo-nos de pedra bruta em pedra polida, para atingir o necessário equilíbrio, para alcançar o caminho do meio.

 

Autor: José Carlos Carturan Filho

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